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Abismo sem fim

Dor escorre pelos dedos
Alma enclausurada
Agruras, fantasmas e medos
Companheiros da estrada

Sombra aparentemente grande
Ser real tão pequeno
Fracassou diante o gigante
Não lutou como guerreiro

Aos olhos externos bravura
Poder e admiração
Ao inimigo no inverso se curva
Rompendo com a vida sua infinda ligação

Abismo sem fim
Zona do abissal
Mar fúnebre tom carmim
Alagou interno portal

Lágrimas de sangue
Mancharam sua tela
Leito úmido feito mangue
Borraram eterna chancela

Rendição a morte
Coibiu ciclo natural
Tristeza marcada em cortes
Foragido do estado mental

Mãos que levaram proteção
Perderam-se pelo caminho
Embriagou-se o coração
Não suportou os espinhos

Abismo sem fim
Zona do abissal
Mar fúnebre tom carmim
Alagou interno portal

Por Michele Mi ❤️
Poema sugerido por Eliezer Rogério – Jaraguá do Sul/SC
Inspirado na obra de Manih@marcia.schuler1