Pelo olhar casto consigo ver a beleza de todas as coisas, consigo enxergar a liberdade dos pássaros, as cores das flores, o azul do céu que me lembra o mar o qual Deus colocou Sua mão para que não ultrapassasse o seu mando, e as ondas lhe obedecem e se deitam na areia como reverência ao Criador Deus. Por este mesmo olhar consigo enxergar coisas invisíveis a olho nu, mas que pela luz da sabedoria se tornam claras diante os meus olhos de tal maneira que viajo nos pensamentos, e me vejo tão grandiosa em espelhar tamanha luz. Este é o meu poder, é o poder que tenho, é o poder que me foi concedido por Deus, eu posso manifestar todas as coisas, das mais simples as mais espetaculares as quais talvez nunca ninguém manifestou antes, porque tudo mora dentro de mim e sou eu que tenho que bater às portas das entradas das descobertas. Sou aluna em ascensão, sou aprendiz do muito, mesmo me fazendo tão pouco, por que limito-me quando saio de mim, porque lá fora é muito menor do que sou aqui dentro, percebo o quanto preciso me confinar, fechar meus olhos para tudo àquilo que se põe preço, porque aqui dentro não há nada que se possa quantificar e tudo foi me dado de graça porque seu valor é inestimável.
Não é fácil cuidar de si mesmo que dirá querer olhar lá fora, primeiramente a mim me importo, porque se eu mesma não me valorizar onde encontrarei meu valor? Que eu não eleve o ego de ninguém e que ninguém aplauda o meu ego, isso é mesquinho e não se trata do amor. E toda vez que o meu orgulho quiser ser mais que qualquer coisa, mesmo não sendo coisa alguma, que ele seja derrotado por minhas lembranças distintas do quão sou minúscula diante a grandiosa existência eterna que me ensina que o pó deve diminuir até que desapareça para que Ele possa ser exaltado no meu campo alma e para que isso aconteça tenho que ir de encontro a humildade, até que a percepção sorria com a sua simplicidade a mim e abaixe meus olhos diante qualquer olhar, em sinal de respeito e igualdade. Às vezes prefiro emudecer à que soletrar variedades de vaidades intolerantes as quais são minhas e de mais ninguém. Eu não quero sustentar a tolice e nem por ela ser sustentada, até porque ninguém se sustém por ela, mas quero alimentar-me do pão da sabedoria porque este de fato sustenta minha alma a ponto de transbordar-me. Não há correntes indestrutíveis dos grilhões entrelaçados aos pés, porque a sabedoria quebra qualquer corrente principalmente a corrente do engano que tenta se instalar nos nossos corações.
Por Patrícia Campos