Tempo rompido pela ignorância, pela insensatez, não deram ouvidos para a sabedoria e nem para ela deram vez, trancaram as portas e não fizeram questão, alma insensata nada penetra nesse coração. Uma muralha a frente, que cega os olhos que por sua vez são atrofiados, que se limitam e rastejam pelo chão, não conseguem enxergar do outro lado, o que já está ao seu alcance, em suas mãos. Apunhalados por si mesmo, se tornou seu próprio inimigo, se prendeu em suas próprias celas, se fez refém sem querer sair disso. Como acordar quem dorme o sono da morte? Como libertar os cativos da opressão? A ignorância bate forte em todas as portas, só se ouvem os ais e seus gritos de lamentações, no seu interno clama por ajuda, mas no exterior se desvincula desse ciclo.
É uma alma insípida, sem sabor, que se perdeu, se desviou. No entendimento tropeçou e da sua boca não sai mais nada que seja reto, por não enxergar mais nada, e carrega esse amargo dentro de si, e vive uma vida sem cor, incolor. Enquanto a vida bate em sua porta, há esperança para enxerga-la e curar sua visão, pois aquele que busca de verdade dentro de si mesmo, encontra a chave que liberta o coração.
Por Ítalo Reis