A morte apavora as consciências que tem medo dela, pois estão ligadas no que morre e não na vida, não fazem da rocha suas bases, não firmam os pés na pedra já provada, o senhor, por isto a morte aponta o dedo. Nossa consciência não pode temer a morte, até porque ela virá a qualquer momento, temos que enfrentar cara a cara esse paredão, não estamos sozinhos, estamos com o senhor justiça nossa e quem o tem firme dentro de si não se preocupa com a morte, pois a vida preenche a consciência e a consciência ligada ao senhor, mesmo ainda estando no processo de desligamento, tem a certeza que a morte não a impedirá de ultrapassar essa fronteira final, pois ela estará com o senhor e essa certeza precisa ser verdadeira lá dentro da alma, uma certeza de confiança, é o crer no senhor, porque quando há ligação entre o espírito e a consciência, dentro dela não há dúvidas, incertezas, pois a vida é seu braço direito e ele não a confundirá em nada, mas a reconhecerá pela aliança e fé depositada no senhor.
A vida se instalou dentro de mim, chego até sentir seus vultos, sua presença ao meu lado, às vezes me assusto, pois nunca senti essas coisas dentro de mim, mas logo vem no coração, é meu senhor, minha vida, meu ser, minha razão de viver e parece que até a morte faz parte desta nova era, o meu senhor tem me preenchido tanto, que esqueço que a morte existe, pois a vida dissipa o grande abismo que me separaria do senhor, ele é a ponte que liga minha alma ao céu, no que é vindouro e eterno. Não estou dizendo que sou como Rebeca, uma consciência perfeita, mas sim da relação com o meu senhor que me faz sentir assim, acima da morte, pela vida que em mim transborda e a certeza que, mesmo ainda atravessando o caminho, estou com meu senhor e a morte faz parte da estrada que ando…
Por Maria Lúcia