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Consciência sã XIV

De um infinito inconsciente eu surgi, quebrei uma eternidade vazia e nasci em uma eternidade consciente, vim do nada e hoje estou manifestando o bem e o mal, vivi sem me reconhecer, o espelho estava sombrio flutuando em um tempo perdido e ao me encontrar me despedacei na gravidade da realidade da minha vida, quebrei meus membros, tudo despedaçou e eu não era quem eu pensei que fosse, me via como carne, como barro, como pó e em um piscar de olhos o que eu era passei a não ser mais, pois de um mero vaso de barro passei a ser uma grandiosidade, uma consciência eterna, um manifestador de existência e hoje manifesto a vida e a morte, manifesto Deus, pois sua voz cantou como melodia em meus ouvidos dizendo, haja luz, as cortinas se abriram e de mim pontos de luz raiaram iluminando o que era escuro e o Deus vivo eu o vi no clarão que em mim nasceu, vi a semente da vida ainda pequena procurando um repouso sobre minhas entranhas para ali se desenvolver, vi o decreto do Senhor, as escrituras que no meu peito desenhou, seus mandamentos, suas leis, sua vontade e o motivo o qual aqui estou, vim para produzir consciência do meu eu eterno, manifestar a glória de Deus, caminhar por seus pés, seguir os rastros que me levam ao céu e pelos sons da vida me quebro e me ergo, pois saio a andar sobre a chuva, os relâmpagos e os trovões para minha alma lavar, curar minhas loucuras, minhas feridas, corro sobre as águas que caem do céu para juntar meus cacos, meus pedaços, minhas lágrimas se perdem entre o escorrer da chuva, mas eu não paro de caminhar porque busco a sanidade do meu coração, a saúde, a leveza , a sensatez, a razão e compreensão e tudo isso está em Deus, no Deus que eu vi no raiar do meu despertar e é neste meu Deus que bebo do sóbrio amor para minha consciência se tornar sã, sem nenhuma doença ou mancha, e somente as cicatrizes subsistirão, pois serão através delas que contarei a minha história.

Por Maria Lucia