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Distintos infinitos

Há infinitos de si, infinitas formas, infinitas histórias, infinitos que não se encontram, e nesta dança sem começo, sem meio e sem fim, se encontram as eternidades, que em algum momento resolveram bailar com os rastros do infinito. Mesmo tendo tantos jeitos, todos são iguais, ninguém conhece seu enredo, seus contos, suas morais, algo intocável, inimaginável, quase utópico, irreal, o que nos cabe é sua metade, conhecemos as partes e alcançamos a vida. Em tantos sou um, não se desfaz, não acaba, não se despedaça, mas em linhas finas limitam-me, sou o que sou, não há como mergulhar em outros infinitos, por isso em tantos vastos e eternos campos cuidarei daquele que me é próprio, e dentre estes descobri algo extraordinário, que salva o ponteiro quebrado de um fim trágico, um segredo, que assim tornou-se pelo desinteresse e pouco caso. Carne não sou, vida também não me é própria, existo sem existência, mas não sou um corpo, sou eterna, e manifestarei a eternidade, mas qual o sentido de espelhar o vazio? Escolhas me cabem se tiver um agente, porém reflexo das águas obscurecem com a noite, se restringe a fria lua que não lumia por si mesma, e cala a beleza que posso alcançar se a ela estiver presa, como a gaiola para o passarinho ou as rédeas para o cavalo indomado, e todo este infinito cabe dentro deste casulo, que por ser findável não sustentará estas águas, nasceram para serem livres, mas vivem atrás de migalhas.

Ao longe enxergo alva, posso imaginar que seja o dia, expande as águas em cascatas sem chão, refletindo cada parte desta vastidão, muitos o veem como uma fábula, que a moral não seja nada, mas é aqui que as asas moram, longe destas grades congeladas, o sol se expande e abraça o solo, acariciando a tez pálida, um ser casto, uma voz cálida, a existência eterna do meu coração, que por ele palpita antes mesmo da ciência, o extrator da pureza, da razão, da essência. São infinitas formas de viver o infinito, infinitos contos de vários caminhos, mas um só abraça seu peito e constrói a liberdade, apenas um remove as dores e os espinhos, quem gostaria de conhecer a linha tênue entre a loucura e a felicidade?

Por Luiza Campos