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Farejar como os porcos

Oh! Alma! Por que fareja como os porcos?
E come os farelos jogados ao chão?
Vive farejando em todo o tempo
O seu odor exala a podridão

Interno corrompido, só come migalhas
Que fostes pegando pelo chão
Viu-se sua vergonha e nudez de longe
Por ter rejeitado a repreensão

Não se sabe o porquê disso, oh! Alma
Porque fostes negligentes ao senhor?
Achou que podia fazer o que quisesse
E hoje só lamenta a sua dor

Agora anda com uma faca entalada
Onde seu peito por dentro sangra
A semente que plantou no seu interno
Foi cortada, ceifada por sua infâmia

Desonrada e desvairada hoje se encontra
Peito nu, descoberto se viu sem a chama
Como falar para que tenha reversão?
Feriu seu peito com a navalha da ilusão

Hoje está aí, jogado como os incrédulos
Que não enxergam e não buscam a saída
Uma cegueira, chaga mortal
Que não tem cura e nada a limpa

Que tristeza ver onde seus pés pararam
A vida estava ao seu lado te sorrindo
Mas sua alma rejeitou o conselho
E anda perambulando com a face caída

E agora como sanar este mal?
Que fizeste a si mesma
Teria que se arrepender como Jó
Para não decretar sua própria sentença

Por Ítalo Reis