Um julgamento errôneo
Falta de conhecimento
O amor próprio parece sonho
E então viaja num falso envolvimento
Só eu quem amava?
Não, nem a mim mesma
Um coração bate asas
Ao escancarar suas cartas sobre a mesa
É fundamental saber o que é o amor
Não apenas tornar-se um boçal
Um poço que armazena dor
E que no fim engole o abissal
Sofre em silêncio
Sem ter a quem recorrer
Até que chega o momento
E a decisão entre matar ou morrer
Escolhi matar-me, dentro de mim
Arrancar-me este sentimento frio
Jamais serei um covarde, de outra forma não haveria fim
Não deixarei meu coração vazio
A simetria perfeita é encontrar-se com o seu verdadeiro ser
E para isto não há receita
Mas o verbo à conjugar é o vencer
Então sequei minha tez
E o que um dia foi se desfez
Assoviei ao som da sensatez
Eis a cura da minha embriaguez
O levantar é opcional
E a escolha cabe na palma
O raciocínio é fundamental
Para que faça voar sua alma
E quando a decisão é precisa
De forma coerente e incisiva
Entra a ação da partida
E acena à dor em despedida
É quando sai ao encontro da liberdade
Sem olhar para trás
Sem orgulho e sem vaidade
Sentindo-se um mero sagaz
Que encontrou-se
E não deixou-se morrer por tão pouco
Que perdoou-se
E saiu de seu interno manicômio
Indo atrás da paz tão sonhada
O amor em outra jornada
De forma bem aplicada
A liberdade vivenciada
O amor verdadeiro traz liberdade
E com ele mora a verdade
Sem pompa, em simplicidade
É a união da lealdade
Tudo está aqui dentro
E não irei buscar o amor por aí
Em relicário o guardarei em meu peito
E esta história, não conta-se o fim…
Por Patricia Campos