Findou
O ar, o mar e o amor
O silêncio então pairou
Mais um campo que apagou
Sim,
Era mesmo seu fim
Murchou-se a flor de lis
E agora ficaste assim
Sem eira e nem beira
Apagada pela poeira
A mesma que lhe deu rasteira
Não vingaste ó alma em candeia
Estava tudo em suas mãos
O seu próprio reluzir
Limitou-se ó coração
E agora, com quem hás de arguir?
Ficaste só
O último suspiro e um nó
Um estado de dar dó
Nunca mais verás o sol
Se tivesse acordado há tempo
Não acharias lugar ao sofrimento
Bateu saudade até do vento
E dos dias que eram cinzentos
Quiçá pudesse suspirar
Em novos ares celestes
Serias pássaro à repousar
No ninho que o divino tece
Sobrevoaria às flores
Perene no jardim do Éden
Colhendo pólen de amores
Num corpo que não envelhece
Isto lhe sobreviria
Se preencheste-lhe de fulgor
Não fundarias em alma vazia
E jamais feneceria-lhe o amor
Há tempo para quem aqui está
Lendo estes versos à bordar
Põe-se a acordar
Para que eternamente possa suspirar
Inspirar a vida
Respirar alacridade
Intensifique e sinta
O que é ter liberdade…
Patricia C.