Desenhou em tela noturna
Seus desejos arquitetados
Os quais eram penumbras
Encantamento infundado
Uma Alice
Sem maravilhas
Sonhar com o pó é triste
É revestir-se de utopias
Sua pior fantasia
É julgar ter personalidade
Enquanto és papagaio de dia
A noite esconde a verdade
Quiçá fosse o contrário
Acordada enquanto dormia
Velaria então sua alma
E jamais ficaria vazia
O cenário na mente, mente
E Alice tão tola, não sente
Devaneios subitamente
Causa ato inconsequente
Esmiúce o pó
Até que esvaneça ao vento
Não tenha nenhuma dó
E não seja refém do seu tempo
Por um segundo
E tudo derrama
Um respiro fundo
E o fim de uma mente ufana
É preciso sobriedade
Para que possa seguir
Não troque sua liberdade
Por uma ficção que está perto do fim
Diligência minuciosa
Um bom atalaia possui
História desastrosa
É para quem não conclui
Conviver com desvio encoberto
Desarmoniza a alma
Traz ao peito o incerto
E distancia a calma
Por Patricia Campos