Ciclo finito
Criado pelos mortais
Os ponteiros correm afinco
Deixando os segundos para trás
Amanhece
E a corrida em direção ao nada cresce
Olhares que se perdem
E um encontro que nunca acontece
Na memória mora o passado
E o desejo de um futuro brilhante
No presente vive um frustrado
Que atravessa um caminho errante
Ficaste tão limitado
Dentro de um estágio perdido
O qual fora inventado
Para deixá-lo partido
Ser metade
E jamais completar-se
Engodo que invade
A ponto de não amar-se
Queres correr contra o tempo
Para findar os seus sonhos
Mergulhar infinito adentro
Não passa mesmo de um conto
Enganou-se nesta estação
E julga ter liberdade
Como podes ser livre, ó coração
Desvencilhando-se da verdade?
Virá o fim
Onde não mais encontrará o tempo
Uma eternidade ao partir
E o espelhar do sofrimento
Quiçá pudessem amar
E encontrar-se em tempo com a vida
Na eternidade irias voar
Com as asas da sabedoria
Por Patricia Campos