Deparei-me em poder
Mesmo sem entender
Meu ego a ensoberbecer
Algo triste de se ver
Dita liberdade que encarcerou-me
Trazendo dor aos olhos meus
Meu mar de essência findou-se
Perfez as ondas claras do meu eu
Perdi-me no caminho
Fiz-me rosa
Não desfiz dos meus espinhos
Nem abri-me como porta
De que adiantou-me tal atributo
Se o usei de forma libertina?
Julguei-me esperto e muito astuto
E adquiri ao peito esta sangria
A percepção ao erro
É algo tão admirável
O fato de reconhecê-lo
Traz o retrocesso e o ardor é inevitável
Sua valia é inestimável
E traz-me o poder de ser vida
O privilégio de ser infindável
Se faz com a intenção mais limpa
Todas as coisas me são lícitas
Mas nem tudo me convém
Quero ser alma solícita
Não deixar minha eternidade aquém
Há capacidade em ser livre
E o ponderar mostra sabedoria
Ter o poder apenas o define
Se a alma relicário, guarda em si a maestria
Por Patricia Campos