A chuva é a lágrima do céu
E o solo seu corpo
Escorrem em poças sem véu
Até que suma para poder chorar de novo
A multidão calou a dor
E cobriu os sofrimentos
Porém ela transparece ao se pôr
Quando tudo e todos silenciam-se por dentro
A estrada parece sem fim
E seu fim tão evidente
Não houve questionamentos em mim
A trilha de minha mente
Uivou o vento
Calou a tempestade
Passou o tempo
Habitou na eternidade
Tantos porquês para nenhuma razão
Por isso o céu desabou
O mundo se cobriu em escuridão
E nada dele sobrou
Arco-íris em céu sem lar
Pupila transforma o nó
Carrega consigo suas mágoas
Esvanecendo ao soprar o pó
Tempo curto
Tempo fugaz
Um termo mudo
Que não traz paz
Já dizia o efêmero
Apontando para a felicidade
O que transborda em veneno
Não trará liberdade
Por Luiza Campos