O luar tornou-se uivo
Ao ponto do anoitecer
Como lobos em descuido
Quando a lua cheia vem a escurecer
Os traços poéticos são liberdade
Para poucos que sabe usá-lo
Mas muitos prendem-se a vaidade
Com medo de quem podes rouba-los
Tom desarmado
Sobre o som da escuridão
Que soa enjaulado
Com dor no coração
O lobo vai a caça
As trevas é seu lar
Traz erro por onde passa
Desabrigando as ondas do mar
O oceano perde o tino
Furioso pelo gritar
O prantear vira-se sino
O cair da tarde é a hora para chorar
Deitam suas cabeças sobre o travesseiro
E se permitem libertar
O tic-tac traça o desespero
Logo logo isso vai se findar
Gritos das almas
Dóceis sem casa
Perderam a calma
E feriram suas asas
Caíram ao chão
Deixando-se aos cacos
Vidro vermelho do coração
Pulsou em falsos passos
Rabiscos controversos
Imo bagunçado
Quem entende este universo?
Do pé a cabeça todo revirado
Colocar em ordem seria primordial
Aqueles que se reviraram
Enxergar o transcendental
Em tons que nunca cantaram
A matilha seria luz
Não mais correndo do pecado
Abraçando quem lhe conduz
Desfazendo o nó, desfazendo laços
Por Luíza Campos