O som entoa sobre a mente
Logo correm os dedos
Sobre o piano que toca o que sente
E as falas saem em diversos enredos
As teclas sem tom
Mas fazem sentido
Quando escutadas com o coração
E não mais com os ouvidos
Sua lei é só sua
Rege o universo com a palma da mão
Cabendo a imensidão tua
Em limitado corpo que não viu sua razão
O mundo mostra-se divinal
Quando sussurrado pelo eterno
Puro e transcendental
O transcendente sempiterno
És invisível ao olho mortal
Claro como a luz do dia a alma
Sua alva tem moral
E sua história é construída em águas
Inspiração vinda de dentro
Que aflora em jardim metafísico
Só o toca quem não sente o tempo
E passa seus dias em inverso místico
Ele dita à minha caneta
Ela escreve sem dó
Sua voz é rápida como cometa
E nunca se rebaixa ao pó
Os fios de meu corpo levantam-se a sua ordem
Arrepiando-me por inteira
Arrumando a desordem
Alinhando as estrelas
És sábio
Como és
Não há nada vago
És completo, da cabeça aos pés
Quem assinará este escrito?
De fato não serei eu
Mas sim daquele que digo
O eterno e soberano Deus
Por Luíza Campos