Um tom tão casto
Sereno és teu olhar
Campo vasto
Profundo mar
Quão grande és teu infinito
Teu olhar que cabe o impossível
Nele vejo o que há de mais bonito
Ou insensível
És tu alma de grande valor
Com o oceano em peito sem cor
Dê luz e a teu interno flor
Brote em solo sem dor
Ame o que vier do sul
Seja brisa serena ou tempestades
Que teu céu floresça azul
E tua terra seja infinita em possibilidades
Tire os olhos do chão
Alcance o infindável
Seja nobre, coração
Doe amor neste mundo solitário
Tuas janelas mostrarão teu imo
Pintando sol em tela
Que assim trace seu destino
Transformando-se em alma bela
Que as trevas não vos apanhe
Nem encontre um lar em teu interno
Que ela voe para longe
Dissipando em meio o eterno
Palco sem rótulo
Peça sem roteiro
Encontre-se em seus olhos
Tempo passageiro
Chegou sua estação
Hora de pingar sua areia
Enquanto cessa sua respiração
Vai murchando a lua cheia
Tempo de se agarrar na vida
Não deixa-lá ir tão facilmente
Quem a perde não tem sabedoria
Em seus olhos retratou sua mente
Serenidade no olhar
Daquele que salta em seu âmago
Traz paz para seu mar
E suavidade para seus cânticos
Serenidade no olhar
Daquele que entregar-se ao lume
Que encontra alegria em seu lar
E fulgor no vaga-lume
Por Luíza Campos