Primavera raia pelo amanhecer, era lembrete, um novo irá florescer, campo vasto, colore tempo vazio, desabrocham outras vivências, outras guerras contra o que é vil. Na luta, carmesim se ressignifica, espinhos são espadas que invadem, inverno assombra os cantos, mas se esquece que o dia traz luz, e traça novo enredo para os prantos. Nos laços da vida, o corpo se estende para além de si, os sentimentos brotam como flores, e bailam ao redor do provir, tudo o que pode ser esboçado como extraordinário cabe para seu toque, arrepia-me, sendo alma e carne, porém transforma-me para sentir sendo celeste, divagando como tal, nas asas da sabedoria, que se perde pela noite, mas desabrocha quando dia.
Ondular-se pelo horizonte, pétalas assopram nome vivo, florescem sentimentos mais castos, renascem vivificando em lírios, é muito maior do que espero, do que vejo, do que posso achar, unificando-me com o infinito que se sustém, que vive, que aflora, que se verbaliza, tornando-me pequena, incompreensível em solo raso. Colher o que se planta, já é claro seu cantarolar, mas é necessário lembrar-se que o hoje dita o que irá entoar, não se apresse, tome o cálice para si, cuidando do presente para prosperar, floreando beleza nos reflexos de seu mar. Florir, transbordando sentimentos, em uma pétala alegria e em outra liberdade, infindo azul, preces atendidas, ouvindo o soar dos ventos sul, labareda aquieta, aquece, abraça, os dias cinzentos não brotam mais, olhar cristalino, floresceu nos veios da paz.
Por Luiza Campos