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Grade

Em minha frente vejo as grades que me prendem, nascida e criada nesta cela, tão pequena. Através das grades vejo um campo, uma terra, um universo no qual estou distante, quem me libertará para que eu possa ser livre? Mas andando por este mundo vi que a vida sorriu para mim e me disse que as noites tristes um dia terão fim. Eu acreditei e assim falei: que a morte venha então antes do meu amanhecer. Me tornarei forte, irei arrebentar essas grades que me prendem e assim serei livre, e morrerei, após a morte não vi só o sorriso da vida como vi o olhar de apresso por me encontrar em tal estado. Vim de um inconsciente eterno e me deparei com a luz da vida, e de tão forte, ela ofuscou minhas vistas, que a princípio não vi nada, mas aos poucos ela foi dissipando a minha ignorância e hoje vejo tudo claro como na luz do dia, cada detalhe nunca visto antes, hoje me é mostrado com clareza.

Hoje eu enxergo o meu papel dentro deste complexo, e me mostra a cura aos cegos que estão em cativeiro, prisioneiros de seus próprios enganos, acorrentados por seus tormentos, mas em todos há a chave da liberdade dentro de seus peitos, basta enxergar. Eu descobri o segredo da vida, abri as portas do lado do sol e deixei a luz entrar em minha casa, vi que ela é ampla e guarda tantas coisas que jamais vi antes, e quanto mais vasculho minha casa por dentro, mais vejo coisas como Jacó que disse: estou todo trêmulo e assombrado, pois este aqui não é outro lugar, senão a casa de Deus e a porta do céu. Entrarei, pois o meu lugar é aqui, uma terra cujo o fim não tem fronteiras. Hoje não ando mais em trevas, através das grades que me cercavam, hoje ando e contemplo o caminho, pego a terra em minhas mãos e sinto a paz enquanto ando. Tudo mudou em minha vida, vejo as coisas por outro ângulo, pelos olhos do entendimento, não sou mais levado como os cegos, mas Aquele que me dá a vida me abriu os olhos, eu ainda não o conheço, mas só sei que não enxergava e hoje enxergo.

Somando nossas luzes

Por Luiz e José Carlos