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Infinito das ondas

Embriaguei-me nesta sensação, ir e vir sem casa e sem direção, o sol toca a areia, a lua as profundezas, mudar as leis da natureza, a luz invadir o oceano enquanto a escuridão fica na beira. Mudar coreografia da bailarina, brisa mergulha em meu coração, infinito canta em sua dança, pousei em paz como pena, sem peso, como criança. Sou abraçada por cada gota enquanto me encontro submersa, aos poucos enxergo a beleza das águas, respingam no centro da tela. O céu colore o infindo espelho, as ondas tornam-se nuvens, tudo se forma para um único intento, purificar-me, lavar-me, banhar-me em oceano vivo. O tempo deu-me um pouco de si, para que faça o que deve ser feito e tê-lo por inteiro, neste momento posso admirar as belas ondas que já vivem em mim.

Conheço pouco, o mais profundo de minh’alma, é o mais raso da eternidade, mas fascinante já é o que tenho, quem dirá viver pela liberdade? Os montes guiam os ventos, que uivam para mim e me contam um pouco de como seria, a calmaria de ser vivo, diferentemente de estar, pois a metamorfose conta esta história, posso ser tudo que contar minha trajetória. Ser viva, própria vida, transcendendo universo, habitando no desconhecido, o hoje se encontra em guerra, mas amanhã posso ser Filho, entrar e sair do templo, mesmo com as mãos sujas de sangue, tirar as sandálias e correr na areia, o deserto virou mangue, dos céus vieram as codornizes e entendi, sou casa, sou água, sou combustível para candeia. Foquei novamente na maresia, levantei e deixei este lugar, preciso encontrar minha poesia nos versos do mar.

Por Luiza Campos