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Inflamados na bolha do sistema

Um choro de esperança, abafado pela maldita mão, até mesmo a pureza das crianças foi manchada pela corrupção. Quando os olhos se deparam em meio a essa multidão, pensam ser tudo normal e discorrem na mesma dissolução. Um sistema adulterado, profanado por um império maligno, quem tem o poder do cifrão, engana até barganhando a salvação. Aparências de piedade, pompa de sabedoria, mas por detrás de uma arcada esbranquiçada e uma silhueta sorridente, esconde-se uma sovina de primeiro escalão. Nos filhos já é injetado uma boa dose de ambição, são nutridos pela avareza e exercitados em competições. Um pouquinho de racionalidade já seria uma gota de colírio do bem, nos faria enxergar tamanha atrocidade e ver o que cada um é capaz por um vintém. Todos estão inflamados na bolha do sistema, a carne é a rainha do trono, e o cifrão é o seu diadema, é ela quem manda e desmanda e tornou todos os corações frios e o planeta está como vemos, um verdadeiro covil de cobras peçonhentas. Bestas feras soltas ao meio dia, estelionatários do engano, cegos comandando cegos, fé usada como apostas. Línguas sibilam sem parar, olhos estalados não dormitam, parecem serpente aguardando atacar e com sua cauda trapaceiam e aniquilam suas vítimas.

O propósito da vida parece nem existir, destituiram o Autor da Vida, nosso Criador e quebraram com Ele todo vínculo, pensam que vão muito longe, mas só rastejam em círculo, desconhecem o segredo da vida, só rastejam em volta do próprio umbigo. Chega doer a alma, parece uma faca entalada, um grande nó na garganta diante a verdade escancarada. O oposto do que era para ser, se fosse como Deus imaginou, aqui já seria um paraíso, mas tudo por aqui se aniquilou, e nada chama atenção, todos dormem um sono profundo, são projetos e sonhos intermináveis, edificados nesse mundo, um lugar que era apenas uma passagem, a segunda fase da vida, mas deram cabo na sequência, tornaram-se almas corrompidas, sem proveito algum ao Senhor, consciências degeneradas, o jeito é me guardar com zelo e esperar o resplendor, até que se finde essa jornada.

Por Michele Mi

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