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Introspecção

O espelhar do espelho, refletir-se de forma lúcida, mesmo que seja sofrido porque por vezes não é agradável ver como se é. A necessidade anuncia o que deve ser feito para que seus pés percorram o caminho reto. Caminho feito de conhecer-se, ver-se em minúcias, e por vezes colocar-se em sobressalto pelo espanto do real e verdadeiro quadro pintado pelas próprias mãos, rabiscos grotescos de uma existência findável e tosca. Minhas lentes se parecem um telescópio o qual consigo enxergar detalhes tão pequeninos, mas que se fazem gigantes, meus gigantes, e ao deparar-me com os lampejos que me rondam na tentativa de me fazer levantar e andar, consigo sentir a força que a luz provoca diante à escuridão que por momentos inusitados os gigantes se tornam insignificantes. Há uma força em mim descomunal, e embora os gigantes tentem continuar em pé, mesmo estando eu ao chão, não me permite o rastejar.

Não me debruço entregue, mas me ergo e encontro forças, renovadas! Me desafio a visitar mais e mais o meu campo minado, com tantos espaços desconhecidos, escuros, sombrios, e considero a chama da vida que alumia para que eu me veja por completo, porque esta chama me chama para a luz para que eu possa ser candeia eterna e por ela aos poucos vou permeando todo meu campo a fim de curar-me, tornando-me terra fértil. Curar-me! Ação subjetiva e tão, tão ardentemente desejada, queima meu peito, arde em meu coração! É o verbo esperado pelos simples e praticado pelos justos. Cada mão que se põe a obra, recebe seu galardão, pelo amor, a atenção redobra e àquele que compreende segura firme seu quinhão. Para tanto, necessário se faz a introspecção, espelhar o inimaginável e aceitar que para prosseguir é preciso transvestir, não apenas ter, mas ser o propósito, não apenas ter a ciência, mas ser a consciência, alma, pureza, verdade, ação, razão, e por fim não ter fim, porque àquele que se coloca dentro e anda na verdade será com a vida por toda eternidade. Somando nossas luzes

Por Loir e Patrícia