Ouço os uivos dos ventos querendo me dizer algo, em tudo há comunicação precisamos aprender tantas línguas. Os ventos que falam, o frio que silencia, as gotas que choram, os pássaros que cantam a vida, o azul do céu que nos diz que há um infinito a ser desbravado. Às vezes sem som as frases nos vêm prontas e o entendimento nos faz baixar a cabeça em sinônimo de reverência. Tanto a ser ouvido, pouco a ser falado, a não ser que escancare a boca para que a sabedoria desfile pelo tapete vermelho. É a simplicidade que o erudito contempla, na humildade que ele descansa e da verdade se veste. Hoje o sol apareceu, meio tímido, e vi o quanto a sua luz me é importante, porque o dia está frio, mas preciso aquecer minha alma, porque as almas frias não possuem amor.
E quantas vezes a alegoria do sol nos mostra que o espírito da vida ainda está aqui, aquecendo o nosso coração, trabalhando sem parar, batendo, não em ferro frio, mas na porta que se abre ao céu, na tentativa de que ela se abra e seus raios de luzes infinitos formem no nosso abrigo alma um berço candeia com o óleo da vida eterna. Onde o amor aquece, a verdade cresce, a sabedoria resplandece e a vida permanece. Que sejamos poliglotas em todo o linguajar eterno, porque em cada detalhe ele tem nos anunciado a importância do que somos, e do que podemos ser, de quem podemos ser, por quem devemos viver. Um dia este pó se põe ao solo, e nada o fará resistir, mas àquele que aprecia o que é eterno em si e o ouve, o obedece e o respeita, este terá seu lugar ao sol, num lugar longe deste sistema solar, serás estrela viva e eterna, se fazendo um com a sabedoria e Deus.
Por Patrícia Campos