Pela metade, sem parte, se parte, o que se faz ao meio, nunca se é inteiro. Há de ter convicção, saber escolher, não meias escolhas porque não se pode colher meio, se planta a semente inteira para que seja colhido o completo, com todas as suas partes, porque o meio é só metade. A escolha deve ser certeira naquilo que se dá preferência, selecionar o que tem primazia, não ter dúvida, porque meias escolhas são escolhas vazias. Entre as circunstâncias da vida é preciso saber distinguir o bem do mal, se inclinar a favor do bem, favoritar o que lhe completa de verdade, e uma delas é a própria verdade, do que é, do que se vê, do que se quer, do que se tem. É preciso estar em completude, amar a solitude, o amor é uma virtude que põe as cartas na mesa e não ilude.
O critério a ser usado para se fazer uma boa escolha é o raciocínio seguido de juízo, porque a justiça colocou sua balança dentro de nós e sabemos para que lado pesa, podemos nos fazer leves se nos fizermos justos e isto é uma escolha, inteira, certeira. Não podemos ser mornos, se possível quentes porque o que é frio não demonstra sentimento, mas o morno é meio, meio falso, meio sem graça, já o quente abraça colore a vida, porque é a vida que nos aquece que nos dá brilho no olhar, tinge a boca e rosa a tez. Que nossas escolhas sejam inteiras e verdadeiras, consistentes, diferentes, fora da fila das reses, porque ser certo é ser contrário, neste mundo de hilários, onde meus olhos são só soslaio buscando sair de tantos meios que nunca serão inteiros.
Por Patrícia Campos