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Não dá para entender

Um caminho tão claro, tão nítido, sóbrio, sólido, a certeza do amanhã, o salvador verdadeiro dentro de cada um, mas elegem Homens, criam alusões, vivem de tradições. Não dá para entender, pois já está tudo montado, tudo preparado, nada inventado, bastava um despertar, um start, era só estar acordado, como diz uma canção, alma acordada. O verdadeiro despertar da consciência, enxergar-se como tal, mas continuo sem entender o porquê todos dormem profundo, até quando será assim? Não despertará ninguém? Precisa fazer a diferença, falar a verdade, não ter compromisso com o engano, não falar de Deus e do dinheiro ao mesmo tempo, deixar o caminho profano, pois não se envolve dinheiro nas coisas de Deus. Quando é que vai aparecer um ser assim, que se purifique por inteiro? Uma pessoa de peso, digna de fazer parte do corpo santo, que tenha compromisso com a verdade e vá contra as corrupções e atrocidades e voe com suas asas da liberdade. Não, não tem uma consciência que honre ao senhor de verdade. Não, não há, volto-me para dentro e ponho-me a chorar, pois não há ninguém, mas todas trocam o tesouro da vida, por qualquer vintém. Se alguém falasse pelo menos a verdade do seu coração, já seria um começo, o início da libertação, mas estão longe desta porta, a porta da compreensão e o inferno se tornou o estado de todos os corações, o engano levou a paz das almas e todas são perturbadas, insanas e devassas. Não há harmonia com o Criador do universo e vivem numa ciranda perversa, tendo prazer só no meio das pernas e não na consciência, onde habita os prazeres eternos. Tanto que os profetas falaram, tanto que os apóstolos preveniram para absterem dos desejos carnais, mas preferiram uma vida banal, cheia de infortúnios.

De nada adiantou, foi tudo jogado no lixo, restou uma cara sem metade, um lado sozinho, incompleto,alma sem referência, não encontrou-se como consciência, uma vida insossa, sem sabor, prazeres frustrantes, que não duram nem um minuto, um vazio que corrói a espera da sepultura. Não! Não dá para comparar, o disparate é muito grande, se esse mundo é o pó da balança, que dirá a glória eterna? Não sabem o que é existir, nem o que é a vida, ignoram a própria consciência, não tem o menor contato com o Criador do universo. Uma passagem em vão, inútil foi a própria existência, pois tudo que veem e sentem é essa carne maldita e efêmera. Veio para nada, apenas mais um número, não trilham o caminho inverso, para enxergar o intento do Criador. Figurantes da razão, não contam nenhuma história, rabiscaram o livro da vida e viveram só de ilusões. Pensaram ser tanta coisa, mas jogaram a alma no lixo eterno. Foi dada a largada, não passaram na prova dos nove, deu outro resultado, o veredito chegou, o martelo bateu a sentença, fim da tão almejada consciência que viveu de prazeres passageiros e foi embora frustrada. Só restaram os conhecimentos, a ciência do que aprendeu e armazenou, mas onde está a existência para dar seu devido valor? Calculou, calculou e calculou errado, não mediu o valor do espírito, não se adequou ao sistema e triste foi o resultado. Um tesouro em vasos de barro que pulsa cada coração, mas ficou com o vaso e jogou o tesouro fora, a vida ignorada e trocada pela ilusão, o vaso se quebrou, perdeu tudo de uma só vez, tudo voltou ao pó da terra, e num sopro o vento levou. Alma vazia, sozinha, sem vida, foi isto que lhe restou.

Por Michele e José Carlos