Árvore seca, raiz rasa, por aqui não encontro minha casa, aqui embaixo, submersa, minha vista é limitada, não há luz, não há fresta, como encontrarei o caminho das pedras? Uma promessa, para tantos uma fábula, mas onde ninguém alcança o solo abraça o céu, e o céu minhas asas, a pequenez das mentes vazias contentam-se com o ouro e marfim, qual valia terá a pobre riqueza quando chegar o fim? Os cadeados se abrem, as correntes se quebram, mas sem alguém que a segure a queda será eterna, pois qual terra conheceu para que seja sua? Abraçou o mundo e esqueceu que nada vale o brilho da lua. O crepúsculo clama pelos passos indecisos, para que adentre em quadro vivo, para dançar nas ondas verdes, e mergulhar na beleza da vida, ela colore o caminho e abraça o peito que vive sozinho, ela corre nos veios do Eu Sou, pulsa para que seja verbo, com Ele encontra-se a mais casta sabedoria, as respostas que por tanto estiveram perdidas.
Quão grande é o Senhor, o qual tudo sabe e tudo criou, suas ordens manifestam-se por todos os cantos, na liberdade dos pássaros, na diretriz dos rios, no valsar do mar, em todo ciclo da vida, e assim como tudo encontra seu caminho, devemos encontrar o nosso, não de acordo com nossos espinhos, mas em harmonia com a grandiosidade que nos rege. O caminho que parece perdido, e seu parecer muito falta para ser, mas que já há muito tempo fora delineado, as pedras preciosas não são mais querubins ou diamantes, nem condizem com pequenos instantes, mas eternidade a carrega, zela e a cuida, se encontra na íris viva, outono, infinito, selva, e para sempre será quem a ter, qualquer um pode encontrar, entretanto aonde está? Se não nos vales sombrios, no vasto universo ou nas profundezas do mar, aonde está? E meu coração respondeu ao pulsar, o caminho das pedras vive enquanto houver brio em meu olhar.
Por Luiza Campos