Volta e meia, meia volta e logo volta, um círculo para o precipício. Dispersa, sorri, inverte, se fecha, uma conta que não fecha. As lentes voltam, o estado permanece imutável, mesmo quando muda não muda, às vezes fica muda, por faltar as águas profundas, uma muda que não brota, se desbota em meio a um campo fértil. Os tempos sempre disseram que, o que se colhe é o que planta. Quiçá tal campo recebesse a semente do amor, que fosse regado com a esperança, para brotar-me. Estranhamente e surpreendentemente é a mente, que sente, que se alegra, que despreza, que se assanha e se acanha, que se abre e se fecha, feito porta, a qual é.
Um portal dimensional, que não se mede no infinito, transpassa para a eternidade, e que, por sua mão, pode tocar o céu ou as trevas, o que submete sua terra, se perde ou vence a guerra, porque é preciso vencer a si mesmo, baixando a poeira de si, colocando cada coisa em seu lugar. Orquestrar sua eternidade faz parte, cada um no seu tom, o que é de cima, elevar, e o que é de baixo, aquietar. Fazer o círculo circular, deixar seu peito em linha reta, uma meta certa, que deriva a vida, deixando o efêmero à deriva. Encoleirar os pensamentos fugazes, libertar a liberdade, tornar-se livre de verdade, voar ao céu nas asas da alacridade. Sentir-se forte, sentir-se firme, não se trata de sorte, mas de lume, de se tornar candeia eterna, muito longe desta Terra, mas bem perto da terra prometida aos justos, que se esquivam da pequenez que nos opõe, nos oprime e nos indispõe com a sabedoria.
Por Patrícia Campos