Cada qual com o seu cada cofre, mas nem mesmo sabem, ninguém percebe o tesouro que possui. Não estou falando das riquezas que uma alma pode ter por si mesma, por sua grandeza, por seu valor, me refiro ao tesouro da vida, o qual não sabem de onde provém. Trancado a sete chaves mantém seus segredos ocultos, no cofre, um submundo, onde o código secreto é tão secreto que por vezes se esquecem do que há lá dentro e não acessam seus terrores. O cofre que guarda a riqueza esquecida, o dono da vida, uma alegria perdida, um sorriso que não se aproxima. Um compartimento embutido no hadal do imo, um dispositivo seguro, que não se segura, não se assegura, devido suas aventuras, projetado para armazenar algo de muito valor, mas que se perdeu em meio ao que é valor. Deveria proteger-se, talvez se guardar em si, porque o ladrão o busca incessantemente e faz de tudo para pôr suas mãos, apossar do cofre coração. Fique atento, ouça o alarme celeste, guarde sua senha para que não haja acessos não autorizados. Guarde em si seu documento original, sua identidade eterna. Inviolável por natureza, fechado em segredo, o qual se abre por aproximação, voltando-se sempre para a direita, a direita dos olhos de Deus.

Por Patrícia Campos