Há falta, há falha, a pauta são migalhas, ciscos de amor desperdiçados, não faz falta para quem se alimenta de ilusão, seus pés estão calçados com o salto da soberba, sente-se suficiente a si mesmo, o que tem importância? A vida tem importância, não a que o Homem carnal tem conhecimento, pois esta sim o faz iludido, soberbo, autossuficiente, ego elevado no que é ilusório, o torna arrogante, o sabe tudo, não preciso de nada, e de ninguém, isto tudo e muito mais, é o que faz com a consciência, a tal da “vida” conhecida por todos, a vida sem vida, mórbida, ferida, aos pedaços, em laços que não se enlaçam, um súbito e um breu profundo. Seu lado adormecido, um sentido perdido, pálido, sem cor, sem direção, entregue a decepções, sem sequer enxergar uma razão, uma razão de ser, razão de viver, viver de verdade, sem sombras de dúvidas, com certeza, com leveza no coração, transbordando de emoção. Teria que sentir falta do que realmente lhe falta, a alegria, o sentido da vida, encaixar-se com sua outra metade, ser de verdade, um novo ser, caminhando lado a lado, casamento perfeito, amor eterno, meu bem querer.
O que poderia faltar-me se o que tenho é o que me completa? Tolice minha não enxergar minha razão, seria sem sentido ter vindo, e não dar valor a este tesouro infinito. Não me falta nada, tenho tudo que preciso, já está dentro de mim, o que me falta é assumi-lo, vivendo literalmente esta preciosidade sem fim, ter percepção, sensibilidade, abrir meu coração e andar nos passos da verdade. O tempo está passando, a saída se estreitando, e o braço do senhor continua te esperando. Ele não quer voltar sozinho, quer levar-te junto a ele, o propósito é segui-lo, onde o céu é o limite.
Somando nossas luzes
Por Patrícia e Regis