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Odisseia

Aventura, para alguns é um caminho que temem, para outros, porém, é a respiração da qual precisam, o coração batendo forte, a curiosidade do que há depois da curva, a imaginação sendo vencida todas as vezes pela realidade. Forasteiro que gosta das ruas, de viver em sua forma mais reluzente, pois viaja em suas constelações, e se espelha da forma mais singela. Peregrino estelar, busca conhecer a si, tomou este caminho, se alimentou de suas leis, vive sabendo viver, por este motivo voa, pois sabe voar. Sabe que seus rastros não darão no despenhadeiro, e que seus laços não serão passageiros, por mais que seja peregrino, sempre vive em casa, sua aventura se encontra em seu imo, e sua liberdade em suas asas, em busca de ser casto, transbordando como cascata, conhece o som do alto, sabe onde está e onde quer chegar, assim como foi dito nos contos passados, sabe de onde veio e para onde vai, a calmaria de sua veracidade invade o coração, notas singelas que compõem sua canção, uma história desconhecida, mas já escrita desde sua fundação.

Eu entendo quando o medo invade, mas viver para ele não é viver, apegando-se a contos mortos, corpos frios, seres vazios, sua odisseia conta outro rumo, como se no fim do arco-íris pode mesmo conter um tesouro, mas quem escavaria as cores tendo que deixar as raízes cinzas? Falando assim, parece óbvia a escolha, mas infelizmente todos os andantes escolhem o quadro branco, sem cor, sem história, sem traço, sem perigo, escolhem aquilo que lhes representam, o nada, como são por dentro. São poucos os aventureiros que passaram por este mundo, que contaram suas histórias em atos profundos, são poucos os que vivem até hoje, muitos deixaram a vida pela segurança do presente, quem saberia o dia de amanhã? Tremem com esta dúvida, e se perdem, por não se aventurar atrás da resposta.

Por Luiza Campos