Ao se olhar no espelho, o que vê é o efêmero, e a angústia sobe ao topo por se ver finito. Ao espelhar depara-se com o que é fugaz tirando-lhe a paz distanciando-se do cais. E as janelas se abrem apenas a poeira que é o que conseguem observar, e por isto perdemos o valor, e falta amor próprio por não se ver além desta pequenez. Quem sabe o que é a alma? A confusão toma conta e a busca pela verdade passa longe. Entre breve valores, lampejos de dores por falsos amores, apegos perdidos, sem nenhum sentido, mas sempre sentido, no imo, vazio. Enquanto a vida fica à espera, a espreita, querendo se alojar neste baú que armazena, tesouros eternos, que não se reconhece, que adoece, que brinca com os ponteiros enquanto se perde. Qual o valor da tua alma se ela não se encontrar? Porque é preciso silenciar a voz do engano e deixar gritar a verdade para que reverbere o seu verdadeiro valor. A consciência de cada um é que pode trazer seu valor, é ela que traz para si a referência de quem é, se o pó, o nada, se a vida doada pelo seu Autor, a vida. E o que pode valorizar mais uma alma senão a vida? A alma é a cama que acomoda, o berço que traz a sabedoria feito uma criança nos braços da mãe. É translúcida feito água pura, é o olhar simples dos humildes e por ela se espelha toda a grandeza de Deus. Que valor tem a sua alma? Se diz que um Homem vale o que tem, e a alma? O que ela tem? Porque um dia tudo se esvai, assim como os ventos e só permanece o que é eterno. Um baú com tesouros perdidos, se têm nada, mas o único tesouro que se pode dar valor a alma é a vida, e já a temos, só não podemos perdê-la de vista.
Por Patrícia Campos