Governador e dono do reino, mas aprisionado por sua estupidez, se lançou a forca por conta própria, se amarrou dando um nó cego, se acorrentou para seus desejos e hoje sofre por ser uma animal preso em sua gaiola aberta, quem são os porteiros dessa cela? Seus medos, desejos e prazeres, esses apoiam o governo da carne e preferem ver você caída e sem a vida. Onde encontrar a chave para a liberdade? Basta se banhar nas águas para poder enxergar seu verdadeiro poder e fazer com que as coisas voltem a serem como eram no princípio, basta a chama do seu coração acender para queimar as cordas do engano, força não faltará para derrubar o mal, abrir a mão de seus desejos carnais para enxergar a chave das correntes em seu punho direito, sua origem vem da pureza, onde andou para se contaminar? Sua inocência foi tomada pela malícia, sua felicidade trocada pelo vício e seu amor entregue ao diabo.
Aprisionada não busca saber como se libertar, apenas sonha em um dia poder estar em um lugar melhor, viciada não pensa em abandonar sua gaiola, mas seu coração diz para se libertar, se você mesma não caminhar a porta, não há como te fazer voar, o tempo passa e suas penas vão caindo, seu piar só acompanhou o roteiro e seu cantar nunca soou, seu tempo acaba e o que te mantinha viva parte sozinho e quem permaneceu em seu ninho só vira lembrança e para manter mais tempo sua presença, transformam o que era um pássaro vivo em um pássaro empalhado para poder tê-lo mais um dia.
Por Luiz Gustavo