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Refém dos meus medos VII

É difícil viver o looping da covardia, não se enfrentar de fato, se encarar de forma corajosa. Muitas vezes escondi meu rosto de mim mesma, mal conseguia me olhar no espelho, por medo do que eu pudesse ver, não que esses olhos pudessem ver o meu hadal, mas é difícil encarar-se olho a olho, quando se é um covarde. Já tive medo de tantas coisas, das minhas próprias mãos, e não só medo, mas vergonha, porque não tem como um covarde sentir glória de si mesmo, antes conspurcação absoluta. O medo é um monstro oculto que lhe deixa em cima do muro, e quando não, lhe deixa para baixo, para baixo da honra. A solidão traz a sua companhia, e a solitude jamais se encontra. O desânimo faz a cama de quem se acovarda, e o silêncio sopra a sua fraqueza para que cada vez mais se sinta caído sem forças para se levantar.

O temor que deveria ser sinônimo de respeito à vida, ao espírito santo de Deus passa a ser o medo disfarçado, tudo se coloca como um gigante, e a alma fica fraca, sensível, sem ânimo para enfrentar seus próprios medos, tornando-se refém dos mesmos. Não dá para se acomodar neste lugar, ser refém, ser covarde, recear de si mesmo, é preciso mudar este estado, este quadro, porque nada é irreversível se você não lutar. A nossa força está dentro, no profundo da nossa alma, só precisamos conclamá-la para que ela saia para fora, para que ela seja manifesta, e assim como a luz ela dissipará toda a treva que nos ronda, que nos põe medo, nos deixando indispostos a vencer porque àquele que não luta contra si mesmo, contra seus próprios medos será um fracassado eterno, e não terá honra de ter sido um dia. A pior perda é perder para si mesmo, e a maior vitória é reconhecer-se vencedor, por lutar e vencer!

Por Patrícia Campos