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Refém dos meus medos XI

Onde estão os seus pensamentos? Será que eles vagueiam entre os mortais ou passeiam no céu entre os eternos? Por quem são os seus desejos, anseios e vontades? Em qual direção percorre seus olhos? Qual riacho mergulha para banhar-se e em que tempo lava as mãos para purificá-las das iniquidades? Por onde anda o seu coração, quem o tem nas mãos e quem nele faz morada? És livre como testifica a liberdade ou apenas menciona dela? A verdade que veste a alma da sabedoria divina te revestiu das maravilhas do céu, te libertou das correntes, das prisões ou ainda é cativa de si mesma, refém do que viveu? Não pode ser mantida prisioneira por coisas que só você pode se livrar, é loucura manter-se acorrentada tendo a chave nas mãos, tendo o remédio ao alcance para curar as feridas e pragas do coração, não precisa atravessar as fronteiras do mar sendo que tudo está perto, está dentro do próprio universo, onde os olhos podem enxergar, os pés alcançarem, o nariz sentir, a boca degustar, as mãos apalpar, basta se aflorar nos sentidos da vida, obter o conteúdo do Espírito Santo de Deus que tudo ramificará e estenderá as raízes santas do reino do Senhor.

Temer só a Deus, pois Ele mesmo fala que se andares no seu caminho todos os inimigos serão entregues na ponta da sua espada, mas o terrível é a covardia do vosso coração, a fraqueza te humilha diante seus medos e eles dominam a sua consciência e se faz refém daquilo que lhe é mais forte, por isso enquanto não buscar o Senhor como se busca o ouro e a prata, nada santo terá, nada de Deus obterá e só ficará chorando as lamentações, fingindo ser quem não é, querendo passar o que não tem dentro do coração, sendo refém dos medos, do passado, da história vivida até aqui na curva desta vida e nada do vindouro!

Por Maria Lúcia