A enfermidade havia tomado conta devido ao pó instalado no coração, eu quase que em coma, com medo da solitude, agarrada à solidão. Quem traria a minha cura, indagava à esperança? Meu rio encontrava-se em secura, chorava feito criança. Não conhecia mais meu reflexo, ele não contava mais minha história, se não era lua quem seria? Não tenho mais bagagem ou trajetória, mas há tempos ouvi os céus, e eles cantaram vida, todavia onde se encontra? Pensava ser uma fábula e o escritor era a sabedoria. Vi-me história sem começo, num meio sem fim, encontrei-me ao avesso, não fazia parte de mim. Então pensei em voltar-me, quiçá pudesse rever-me, buscar curar minha alma, não aceito me perder, cansei de fugir dos meus medos, eles assolam meu coração, machucados transformados em frágeis erros, estou em busca de minha libertação.
Carrego um fardo doentio, debilitando minha alma, posso dizer que estou em uma nova busca, que vivifica, que fortifica e para meu coração traz a cura. Vou elevar meus ânimos cuidar da saúde da minha alma, guardar meu coração relicário, ancorar no meu cais de possibilidades. Me alimentar do entendimento, aquecer minhas raízes infindas, arrancar toda dor e medo, tomar doses de coragem para ganhar a vida. São dias turbulentos, e tempestades não esperadas, mas são as chuvas serôdias que aquietam minha alma, doer, dói de qualquer jeito, mas prefiro sentir a dor dos justos do que me remoer sendo tola. Tomarei doses de entendimento, e dia após dia verei minha paz florescer, eu deixo nas mãos calmas do tempo, que irá cuidar até o broto nascer. Me farei filha da luz perpétua e irmã da alacridade, riscarei meu caminho em régua, retidão marcada pela minha liberdade.
Somando nossas luzes
Por Luiza Campos e Patrícia Campos