Conteúdo do Post

Sons fúnebres

Lá se vai o cortejo
Olhos tristes sem brio
Rotina cinzenta, mesmo enredo
Massa pesada, corpo frio

O silêncio pairou no ar
Data de glória ao lado do fim enlutado
Foi-se a vida deixando os que ficaram a chorar
Um dia nasceu e agora enterrado

Todos querem se esquivar
Mas não conseguem continuar a linha desse tempo
A compreensão sobre a vida era essencial em cada caminhar
E a verdade bateu em sua porta até o último momento

Realidade nua e crua
A vida escorreu pelas mãos
Sons fúnebres ecoam pelas ruas
Mortos vivos entoando solidão

Aos que ficam, se foi mais um pedaço
Deixando uma lacuna no coração
Às almas que se foram, espelhos estilhaçados
Eternidade sem manifestação

Calou-se toda voz
Elo perdido não se encontrou
Afogou-se nas ilusões de um mundo atroz
E o novo rebento não se concretizou

A fila anda em direção do abismo
Quem tem a vida, ainda há tempo dela sair
Fazer do senhor seu eterno abrigo
Não deixando a alma se sucumbir

Realidade nua e crua
A vida escorreu pelas mãos
Sons fúnebres ecoam pelas ruas
Mortos vivos entoando solidão

Por Michele Mi