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A dualidade da grandeza que somos

Às vezes me sinto uma caixa pequena, mas às vezes me sinto alcançar o universo, muitas vezes me sinto perdida, mas também sei o caminho, muitas vezes esqueço-me do que sinto, e muitas vezes sinto muito, na verdade, uma dualidade, entre ser tão pequeno e ser a grandiosidade. Sinto-me nas alturas, alcançado as nuvens com as mãos, ao lado da vida me reergo como a própria, viajo pelas estrelas e faço parte do firmamento, cobrindo-me com o lençol da eternidade e enxergando o que nunca pensei ser verdade, mas quando a noite cai, tudo volta como dantes, murcham as flores, as nuvens cobrem as estrelas, a lua torna-se minguante, e o tempo volta a girar, noite em minha alma e dia para os terrestres, e assim, volto a viver mais um dia comum, ao lado dos cegos, dos mudos, dos confusos. Vivendo entre dois mundos, entre duas realidades, mas tão distantes entre si, uma não se mistura com a outra, apenas em mim, como se tudo ao meu redor fossem máscaras, e a única tez revelada fosse a minha, e me estranho, por saber tanto, em um lugar tão pequeno como o mundo. Queria saber mais, saber demais, mas ainda não posso saber tanto, pois o véu ainda cobre o campo, e como será depois que despi-lo? Sinto-me neste caos, que em algum momento tornou-se cais, e quando parece que tudo rui em minhas mãos, lembro que nada vale para imensidão, apenas o que tem valia é minh’alma. Que os cacos do apocalipse cortem minha pele, já não me importo mais, sei o que tenho em mim, e Eu Sou foi como se denominou, para que eu seja, e que assim, no fim, seja.

Por Luiza Campos