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Algemas

Frio e sombrio, o que me atormenta, em meu íntimo um espelho e nele meu reflexo, algo que deveria ser normal, mas nele há corrente em meu corpo, há tristeza em minha face e sujeira a minha volta, realidade que há na consciência, vazio do espírito, trevas da ignorância, lama carnal, atos inconsequentes que me tornaram refém de mim mesma, pois é a minha consciência que irá determinar se continuo aprisionada pela carne ou me liberto das algemas colocadas por ela. Então, em meio aos meus pensamentos, inquiro-me: por que tenho me permitido continuar aprisionada se tenho as chaves das algemas? A chave já está dentro de mim, basta virá-la para que abra e tudo se tornará luz, não faz sentido me prender em nada, se acovardar diante o inimigo é suicídio, se tenho comigo a luz do espírito para quê permanecer no breu infindo? Pois eu sei que a palavra da verdade é libertadora, por isso as minhas ações também tem que corresponder a ela e serem libertas.

É difícil moldar as asas estando aprisionada, mas na verdade a chave e a saída estão em minhas mãos, se eu mesma não fizer nada continuarei presa em minha dor. O sofrimento da consciência é por falta de raciocinar, pois quantas besteiras ela comete na vida sem poder voltar atrás, depois só lhe resta lamentar. Voar nas asas da liberdade parece até ser exagero, para quem criou a própria cela do seu cativeiro, mas ainda assim tem a solução, pois a liberdade está em suas próprias mãos. Ao abrir as algemas tenha a certeza que se libertou da prisão mental que em si mesma colocou, a liberdade está condicionada a renúncias, é preciso deixar os fardos para trás, tirar o peso da morte dos ombros para que possa realmente voar. Tirar a corrente que me prende, encontrar a liberdade e ser de verdade feliz, libertar dos males que ferem minha alma, que sangra meu interno, que deixa meu céu cinzento, pois no meu profundo sons do arrastar de algemas são ouvidas e muitas e muitas vezes elas me prendem e me açoitam, impedindo assim que minhas asas voem, se soltem, se depreendam do peso do meu pecado.

Por todos os irmãos