Foi e voltou e assim não parou, talvez tenha dado um descanso em dado momento, parecia ter finalizado, mas não, foi só um tempo, e então voltou mais forte, um encalce em disfarce, quiçá tivesse ido embora seria tarde, mas era só um alarde, exibindo sua face. É um ciclo, vem e vai, uma ilusão por detrás, alcatraz, e alma fica sem paz. Os olhos que veem aquilo que não convém, as mãos que apalpam o que não conseguem segurar, os pés que se prendem julgando serem livres, é a libertinagem usando asas, a máscara da falsidade, e ali a cena é a verdadeira liberdade que acena no alto do monte, ninguém a vê, está tão longe… Os dias parecem os mesmos, às vezes mudam de paisagens, mas parece que as janelas da alma estão andando num trem onde hora ou outra passam no mesmo lugar, a mesma sensação, a mesma dor, a mesma tristeza, o mesmo soluço, então percebe que já esteve naquele estado, se colocou novamente naquele lugar, se auto desprezou, não sentiu por si amor, voltou à ilusão do próprio coração, dançou com a solidão sem música, no silêncio clamou por súplica, quem sabe o céu lhe ouça e lhe tire deste ciclo, o qual tornou-se em circo onde o palhaço é você.

Por Patrícia Campos

Tema sugerido por Michele