Muitas foram as tempestades e não só elas, mas também borrascas que agitaram muito o meu mar, algumas vieram pelo ciclo natural ao qual fazem parte das estações da vida, outras porém, causadas por mim mesma, por não usar do raciocínio, por meter os pés pelas mãos e por fazer as coisas do meu jeito, não tendo paciência para que tudo fosse do jeito do Altíssimo, onde o Senhor é quem deve estar no comando do meu barco, pois somente Ele mantém meu barco sobre as águas, não o deixando virar e nem ficar à deriva mesmo em meio às grandes ondas, como um sonho que tive, uma visão da noite, que também me vi acordada e que segurando firme a mão do senhor, o mar se acalmou, a tempestade passou, a borrasca se findou e vieram os dias de bonança, ao resplendor do sol no amanhecer tranquilo, com tardes serenas e um anoitecer estrelado anunciando o quanto se amplia o clarão do nosso céu com a união das estrelas, pois melhor é uma constelação do que uma estrela sozinha, pois o clarão do céu atua em maior raio de atuação quando está limpo com seu tom azul anil, sem as nuvens da ignorância escondendo a beleza do que guarda nosso universo.
Quão bom é ter a compreensão das coisas concernentes a nossa razão, compreender todo o processo interno que devemos passar e toda complexidade que nos envolve, e não só compreender, mas sentir a todo instante a ação da vida, a mão de Deus. Sei que enquanto estiver atravessando esse tempo efêmero, terei de suportar os dias quentes, o calor do deserto e minha purificação, os dias frios de inverno, a mudança das folhagens no outono, e saber apreciar toda beleza da primavera, porém, repentinamente sempre vem as tempestades acompanhadas dos raios e trovões, mas nada há de nos abalar, pois sabemos que tudo aqui passará, ficará para trás, pois essa fase da vida se trata apenas de uma passagem, onde o zelo por nosso fruto, a consciência, deve ser primordial, pois somente ele viemos buscar. É a nossa consciência que deve se preparar, pois nunca sabemos o momento exato em que o tempo se fecha trazendo grandes ventos, mas uma consciência firmada na rocha, que é o espírito, não se abala, mas firmada na areia, que é a carne, além de sempre ser abalada, instável e volúvel, também será grande sua ruína, pois a maior tempestade e vendaval virá com a morte da carne, mas toda consciência que tem o senhor da vida, o espírito de Deus no comando do seu leme, conduzindo a embarcação, sendo o farol que alumia com sua luz todo todo o caminho, atravessa as noites tempestuosas e chega no amanhã, avista a bela aurora e desfruta de toda bonança de uma vida sem fim.
Por Michele Mi
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