Nasci, cresci e fui ao passo de minha história me construindo enquanto ser. Estatura, intelecto, emoções, crenças e tudo o que permeia o crescimento, empilhados de forma desordenada e enganosa. Como num passo, me vi adulta, imatura, escolhendo e vivendo situações das quais em sua maioria me trariam consequências. Consciência banal, acostumada as intempéries cotidianas e as anormalidades enganosas provocadas pela falta de conhecimento de si mesma e do real motivo de sua existência. Nessa errônea construção, levantei muros, verdadeiras fortalezas, em meu quintal joguei aleatórias sementes do engano, que germinaram com raízes profundas, transformando-se em um pomar de frutos bravos e fétidos, cada qual exalando um sentimento carnal, visitado constantemente pelas moscas, e embora meus olhos passassem em revista, tudo era lícito e conveniente. Minha casa? Uma catástrofe! Mas hoje me deparei com a verdade, ela bateu em minha porta, eu abri e a deixei entrar, entendi todo o propósito da vida, e vi que tudo que construí ao longo da minha vida precisa ser derrubado, desconstruído, pois agora a carne não pode ser mais a base de minha consciência, se é que eu quero a minha vida eterna.

Devo construir agora a minha consciência sobre a base do espírito, ele já habita aqui dentro de mim, e só por ele darei continuidade à minha vida. É um caminho interno, que somente eu e o meu espírito passamos, ouço muitas vozes de fora querendo me ensinar, mas eu devo ouvir e compreender a voz que fala comigo internamente, a voz da sabedoria. Esta voz não nos engana, é a voz do espírito, ele é quem nos faz entendidos de todo o propósito de Deus. Sei que é um caminho árduo, pois todo o engano que foi construído dentro de minha consciência precisa ser derrubado e eu só o derrubo pela compreensão. Não digo que é um caminho fácil, pois por muitos anos plantei o engano, mas hoje conhecendo a verdade comecei a arrancar as ervas daninhas que se alastraram em meu íntimo, mas tenho que chegar até a raiz para que saia toda a semente do mal que habita aqui dentro de mim. Visitar os porões escuros, cheios de bagunça e quinquilharias trazidos por minhas próprias mãos acumuladoras e ser enquanto ainda há tempo, livre! Repreender o meu eu para que somente o Senhor se manifeste por minhas ações, por minha vida, por toda a eternidade!

Somando nossas luzes

Por Loir e Kátia