Antes à boca ficasse emudecida e os pés se apressassem, não se pode ficar parado no caminho da vida, nem se leva nada daqui na bagagem. Para eternizar-se é preciso manter-se sóbrio, firme, compenetrado, uma vírgula fora do lugar põe tudo a perder, altera o resultado não sendo o esperado. O tempo se tornou pequeno, e os ponteiros correm ao contrário, à boca escorre o veneno e o medo se torna páreo, quem vence esta corrida? Quem se faz vencedor! Àquele que dá a partida, a largada contrária a dor. Olhe para suas mãos, ela segura toda a tua história, seja ela destruída, seja ela em honra e glória.
Elas carregam também o poder da transformação, a determinação e o bem, trazem consigo as asas do coração, podendo voar além, mais alto que um Grifo-de- Rüppell. Basta voltar-se à simplicidade e ter a humildade de saber seu lugar, exaltando a voz da verdade para que possa planar. Nada disso está longe que não possa alcançar, mas dentro da tua alma é que irás se encontrar, não há como sair do lugar se não se conhecer de verdade, o primeiro passo em direção a sabedoria é desejar sua liberdade. Porque vem primeiro o desejo, depois a determinação, a prática se torna o ensejo para que ocorra a transformação, então sentirás teus pés em movimento, e seu olhar contemplará o horizonte, sua história tornará um monumento, construída por seu santo monte, narrativa infindável longe dos holofotes desta trama fugaz, ver seu nome grifado no livro da vida, e a tranquilidade de encontrar-se em paz no seu cais.
Por Patrícia Campos