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Frio da alma

Eram tempos de frio
Tempos sem amor
Tempos sem piedade
Todos sofrendo a dor

Almas calculistas
Sem respeito, sem pudor
Deixaram a chama de lado
Para viverem nas mãos do opressor

Aonde está o abrasador da alma?
Deixaram-no escapar pelas mãos
Preferiram o frio dessa vida provisória
Veja o estado em que as almas estão!

Um fel amargo na boca
Um coração desfalecido
Nem o choro das crianças
Os fazem serem sensíveis

Aonde foi parar o amor?
Para onde foi a compreensão?
Está fora da rota de todos
Perderam-se nas ilusões

O frio tornou-se tenebroso
Um grande assombro aos réus
Nem o fogo consegue esquenta-los
As almas já foram ao léu

Tornou-se um estado de calamidade
Deplorável por si mesmo
Deixou o abrasador de lado
E colhe o frio junto ao relento

Aonde vai buscar alento?
Aonde irá restaurar seu coração?
O frio na alma se fez presente
Cobrindo-se da própria solidão

Por Ítalo Reis