Navego em águas profundas, vez por outra agitadas, quando em vez, calmaria! Tudo depende de minha rota, se não mudo a linha traçada pela bússola, sempre vou de encontro a calmas águas. Mergulho em busca do que está no meu profundo. Mas o que dizer? Sinto que há uma imensidão a desbravar! Ao submergir, analiso e vejo que há lugares escuros, onde a luz ainda não chega, mas por eu mesma temer o que irei encontrar! Prendo a respiração e me lanço em apneia, quando o certo é fazer do senhor o meu próprio respirar! Conheço-me? Estou me conhecendo? E para quê? Certamente não é para alardear aos quatro cantos como réu confesso o que encontrei no mais profundo do meu mar, mas para entrar em ação e buscar a correção, de forma que até da superfície tudo fique aparente, pois a luz do senhor resplandecerá sobre mim! Não, não quero viver de falácia em falácia, como quem promete e não cumpre, pois bem melhor é o silenciar dos lábios do que jogar palavras ao vento. Não, não quero me contar em prosa e verso, mas me parafrasear, dissipar as águas turvas da imensidão de meu mar!
Por Lo Xavier
Tema sugerido por Ítalo