O vulgo diabo vai inserindo um monte de obrigações a tua consciência, sem que ela perceba, que as tira do espírito de Deus, é como arapuca de pegar passarinhos, onde o caçador vai jogando milho até debaixo da arapuca, e quando vê ele puxa o cordão e o passarinho não vê mais saída, fica qual numa sinuca de bico em que o jogador atira para qualquer lado para ver se acerta, assim são aqueles que comem nas mãos do diabo, passam a acreditar em qualquer coisa para ver se acerta, perde a noção da coisa. Enquanto está indo bem na carne, parece que a coisa está sob controle, mas na hora que o diabo puxar a corda, entra em desespero e não vê mais saída. Enquanto a consciência estiver sóbria, parece que a coisa está tão fácil, mas quando os desejos carnais começam a apoquentá-la, ela vai perdendo o sentido da vida e não consegue mais se controlar e passa a agir em torno do que quer, e o propósito da vida fica esquecido dentro dela, ficando à mercê da carne, daí é só aparecer a ocasião que ela vai lá e faz a merda e não tem mais o que fazer, comete o pecado sem pensar nas consequências.

Paulo disse que a carne luta contra o espírito e que o espírito luta contra a carne e que estes se opõem para que a tua consciência fique sem saber o que fazer, mas em seguida Paulo disse que se a tua consciência for guiada pelo espírito de Deus, ela não cumprirá com os desejos da carne, mas acontece que as próprias consciências se deixam levar pelos desejos carnais e vão atrás de saciá-los, não são como os amigos de Daniel que enfrentaram a fornalha, nem como o próprio Daniel que dormiu com os leões, não virou as costas para este mundo como Rebeca e Rute, mas fizeram como Esaú que trocou o seu direito de primogenitura por um prato de comida e depois, se diz, que mesmo ele chorando lágrimas de sangue, não houve mais lugar para o arrependimento, porque ele sabia o que estava fazendo. Hoje, tanto que é falado para consultar o Senhor antes de fazer as coisas, mas a consciência vai lá e faz o que não deve sem consultar e depois fica como a Maria arrependida. Assim como Paulo, que era um doutrinador das leis de Deus, eu hoje falo das mesmas leis e o que diz a lei: Deus não leva em consideração o tempo da vossa ignorância, mas uma vez a consciência chegou ao pleno conhecimento da verdade do propósito de Deus, não resta mais sacrifícios pelos pecados, vindo depois disso o juízo. Eu sempre disse duas coisas, primeiro que nós estamos dentro de um propósito sábio e segundo que este propósito é regido por leis e princípio, a lei não se mistura com sentimentos, mas toda lei é rígida, isto é, ou é ou não é, não tem meio termo, muito menos intenções, não é porque a tua boca fala uma coisa e você diz acreditar que a tua consciência vai se salvar, mas toda lei deve ser cumprida e praticada se não vai ficar só no falar.