Toda criança até uma certa idade vive em um jardim interno brincando e conversando com Deus, mesmo sem entender uma palavra, é assim que elas vivem sem se preocupar com nada, a simplicidade é sua companheira inseparável, pois até mesmo com algumas folhas secas e uma poça de água se torna uma aventura que sempre acaba em risadas, os adultos até acham graça pelo jeito que as crianças são, e em suas nostalgias lembram que aquela felicidade não tinha preço e hoje enfrentam uma realidade com o peso da saudade por não enxergarem o sentido da sua razão de existir.
Quando criança, exalando pela pureza brincava sempre contente e suas risadas se ouviam além do horizonte, mas hoje já consciente o sorriso estampado ficou malicioso e também amarelado, aprendeu a jogar a rede só que do lado errado e atraindo para si um grande abismo que é a miséria de um derrotado, perdeu a noção do tempo e da vida, por isso que o jardim de Deus só se encontra fechado, não consegue ser mais como as crianças que vê graça até na sombra. Deus constantemente passeia pelo seu jardim que foi plantado e cultivado pela sua própria mão, nesse jardim também há um lagar para a seu tempo pisar as uvas, uvas de excelentes sementes que foram plantadas e regadas para chegarem na estatura completa de serem saboreadas, não havia portões no jardim, pois não tinha necessidade de cercá-lo, mas hoje estão apostos os querubins para que nenhuma consciência carnal venha adentra-lo, e por isso todos só enxergam do lado de fora tendo o engano como o seu fiel companheiro, maquiando uma falsa esperança, sem compreender que para tornarmos ao reino de Deus temos que ser como as crianças.
Por Lauro Balbino
Tema sugerido por Lo