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Nas mãos do oleiro

A vida passa suave, aquece os corações, mas as almas preferem o frio da morte e seu vazio, e nestas confusões, que vão e vem sem cansar, pego-me valsando no mundo da mente, entristecendo-me, pois às vezes eu sonho acordado e vejo um mundo extraordinário, tudo em seu lugar como foi criado, mas basta eu abrir meus olhos que fico decepcionado. Não percebem que não adianta ganhar o mundo e carregar a tristeza na alma, melhor viver na simplicidade do que viver rodeado de falsidade, porque a paz não tem preço, mas se encontra no interno de cada um, quem sente o Senhor pulsar, conhece o verdadeiro tesouro da vida, que habita nas profundezas da alma. Simples é saber discernir o certo do errado, difícil é se colocar dentro deste discernimento, por isso é preciso ver do alto, porque quem contempla um todo por completo, por todos os ângulos, tem a visão exata do que está enxergando, pois os olhos são como a janela da alma, e é ampliando a tenda que nos conhecemos como somos, e nesta luta o tempo se encarrega de mostrar quem sou de verdade, não há como esconder-me o tempo todo.

A verdade é o broto da esperança, do transformar, do novo, a verdade é o que completa de fato a consciência que se propõe a andar no caminho da vida, pois ela nos liga ao espírito que dissipa todos os nossos medos, deixando para trás o que não vale a pena, discernindo os fatos, pois certo é que advogar por uma causa perdida é jogar um tempo precioso no lixo, defender o efêmero é abrir com as próprias mãos a porta do próprio caixão, mas andando pela vida e pela verdade alcançamos a paz no coração. É um caminho longo e árduo, até que eu chegue aos pastos verdejantes, mas de refrigério, pois o senhor está comigo, e não soltará minhas mãos, levando-me ao fim desta guerra com o galardão nas mãos, mas aquele que desiste no caminho jamais saberá o prazer de uma vitória, sentindo o amargo fel da derrota. Tornar-me alma é o desejo do Senhor, pois só assim fará em mim a sua morada eterna, pois para fazer parte do corpo de Deus, a consciência não pode carregar nenhum fardo da carne, ela precisa estar pura, tornar-se alma, e para isso há um longo caminho a seguir, por isso fui moldada pelo barro para um lindo vaso que não pode ser quebrado, pois está sendo moldado pela mão do oleiro, o qual é o meu Senhor, Eu Sou e por Ele Serei.

Por todos os irmãos