Enquanto dançam as estações, os campos secam, irrigam e florescem, um ciclo lindo da natureza que nos proporciona o equilíbrio da vida, tudo o que um dia nasce, um dia também fenece, cada um com sua parte, cada traço que compõe esta arte. As histórias se criam e se concluem, se reiniciam e se perpetuam, e nesta valsa brotou a margarida, em seu tempo foi crescendo e se transformou em uma flor bela, suas pétalas, a pureza, em seu núcleo, o sol, apenas para ter para si o beija-flor, ele vem do céu e encanta a doce margarida, mas o que tem para lhe oferecer? Traz em seu bico o néctar da vida, buscando nos campos sua simetria, o que lhe entristece é que todas flores, belas e encantadoras, coloridas e adocicadas, se despetalaram em malmequer, e para ele não sobrou nada, mas ao longe observou a margarida e como ela se preservara da seca, talvez ainda haja esperança para sua vinda a esta ceifa.
Tudo o que precisa é de lugar para chamar de casa, mas já fora de cidade em cidade e nenhum abraço encontrou, apenas esta flor, como diz nas escrituras: um de uma cidade e dois de uma geração. Na verdade, o néctar da vida é pouco encontrado nos corações, mesmo sendo tão necessário, pois é o perfume que encanta o beija-flor, o vindo do céu, que nos espera ansiosamente, mas, infelizmente, nem sempre esperam por ele.
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Jeane