Já guardei muitas coisas boas, como já guardei muitas futilidades, tenho me desprendido de muitas coisas que eu mesma me deixava acorrentar, era como se as pessoas jogassem a corrente e eu mesma pegava e colocava no meu pescoço, e assim, eu ia me sufocando aos poucos. Eu cresci com medos e traumas que colocaram em mim e que deixei entrar no meu coração. Ah! Se você não fizer isso, não terá saúde, se não ir para igreja, Deus irá pesar a mão em você, se não for por amor, vai pela dor, e eu fui vivendo assim achando que se eu não fizesse essas coisas não estaria agradando a Deus, e também por medo de acontecer alguma coisa comigo para ser sincera. Eu acreditava que enquanto estivesse frequentando a igreja nada de ruim poderia me acontecer, porque estava em baixo das mãos de Deus, mas o tempo foi passando, e eu compreendi que Deus não tem obrigação nenhuma comigo, que as coisas acontecem da forma que tem que acontecer, e assim começou uma luta frequente comigo mesma de tirar tudo aquilo que eu deixei enraizar em meu coração, principalmente os medos, que não eram poucos, mas fui trabalhando isso dentro de mim e fui arrancando com toda minha força tudo que me afastava de Deus, porque eu estava distante de Deus, porque uma pessoa com tantos medos não podia estar perto de Deus.

Eu hoje guardo no meu coração tudo que tenho aprendido com Deus, o Seu espírito tem me instruído na caminhada e em cada passo que tenho dado tenho o colocado em minha frente. Ao passar dos dias, tenho me questionado em como deve ser depois que a minha carne morrer, como será após tudo aqui acabar, tenho agradado quem me criou? Eu como criação venho sendo útil para o meu Criador? E as repostas para todas essas perguntas tenho dentro do meu coração, e sei que só depende da minha consciência fazer as coisas acontecerem dentro dela, para que assim eu faça valer a pena ter vindo aqui neste mundo, eu não quero estar em um estado de desgraça jamais, mas estar na graça de Deus com a paz de dever cumprido em mim.

Por Jeane Reis

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