Sua benevolência consola
Um coração temente e contrito
Seus braços libertam e acalmam
Um peito cansado e sofrido
No silêncio da noite tu estás
E no amanhecer de cada dia
Sua voz clama a todos sem cessar
Para enxergarem em si a saída
É notório a aflição no olhar
De um coração descoberto
Sente a vergonha lá dentro pesar
Por notar seus passos incertos
A nudez se mostra clara
E não há o que esconder
Vê que manchou suas vestes
E não consegue consigo conviver
Periculoso caminho que tomou
Não enxergou com exatidão
Seus pés encharcados de lama
Mostram a realidade do seu coração
Como não percebeu isso consciência?
Não teve nenhuma percepção
Faltou-lhe sensatez e prudência
Para seguir rumo a salvação
O que esperar de ti agora?
Foi mostrado sua infâmia
Desonrado, está perdido
Não vê a desgraça que se encontra
O tempo não foi cruel com você
Você apenas não notou
Que a vida esteve sempre ao seu lado
Mas foi você quem a deixou
Buscar perguntas sem respostas
É o mesmo que escrever sem ver
Não sairá absolutamente nada
Não queira pagar para ver
O tempo aos poucos se esvai
Como os grãos da ampulheta
Quem pode mudar o seu rumo
É você mesmo, consciência
Por Ítalo Reis