Vida serena, palpita e canta suave, em solos amenos de um tempo gentil, foram-se os momentos que afogam, que corroem, a vida ensina, a sabedoria acalma, alcançar a paz e libertar a alma. Viver assim, é viver de verdade, no solo que palpita a corrente da sobriedade, nada prende, tudo encaminha, leis e princípios de uma grandiosidade. Tudo o que vemos é muito bem firmado, firmado na rocha, longe do pecado, fundamental é enxergar o que é necessário, entender as ordens dos firmamentos que lumiam seu estado, é preciso se conhecer para abrigar ao Senhor, é preciso saber onde pisa para não se encontrar em dor. Muito ensina o silêncio, que chega sozinho e se acomoda no vento, paciente como o silêncio, ou bagunçado como o próprio, o que muda é como o vê, se em solitude ou solidão, mas quem planta virtude nunca conhecerá a tristeza do coração.
É preciso começar a ouvir o som da manhã, e aprender a enxergar a beleza dos dias, correm depressa, mas nunca são perdidos, o que se perdem são as almas em suas boêmias, nunca escutam a vida, mas sempre tampam seus ouvidos, como acorda-las para a realidade tão evidente? Evidente ou não, vive deprimente, debaixo do infinito, em um globo tão pequeno, conta sua história como um poema, mas se esqueceu das rimas, dos versos e do tema, semelhante a um vazio, em linhas sem letras, três pontos e uma vírgula, quem sabe o que pode acontecer depois da curva? O que sei é que enxergo, admiro e queria expressar em papel, a tamanha beleza que envolve tudo isto, mas muitas vezes deixada ao léu, não há o que fazer, a não ser em mim, pois sou uma obra em construção. E esses são os pensamentos de um dia que chegou ao fim.
Por Luiza Campos